Aqui – agora – aqui e agora
Estamos habituados a um
permanente dualismo. Parece até que não conseguimos pensar a realidade a não
ser dividindo. Dentro e fora, alma e corpo, clássicas dicotomias. Quando
dizemos aqui – agora, referimos-nos a um processo cosmológico que coloca espaço
e tempo numa relação espaço – tempo, de tal modo que um se torna função do
outro, um não pode ser pensado sem o outro, um não destrói o outro e, de certa
forma, um constitui o outro. Tempo e espaço são co-funções um do outro, atuando
conjuntamente e produzindo efeitos tão diferentes. Somos, simultaneamente,
espaciais e temporais; contudo, em cada um de nós, tempo e espaço funcionam ora
separados ora juntos, produzindo processos e às vezes, sintomas completamente
diferentes. Estar presente no tempo e no espaço ou o tempo – espaço demanda
encontros diferentes. Às vezes, o encontro humano pede respostas diretas, sem
intermediários, corajosas e comprometidas. Aqui-agora ou aqui e agora, são
complexas formas de contato por intermédio das quais o encontro se faz
possível. Aqui e agora, não é delegável
nem ao passado nem ao futuro. O que está acontecendo, agora é o que tinha de
acontecer, tanto que está acontecendo. Estou totalmente presente, minha
existência (meu tempo) se confunde plenamente com minha essência (meu espaço).
Aqui – agora, por exemplo, eu sou todo o meu espaço e todo o meu tempo, sou
fruto existencial da relação espaço e tempo que, são os causadores de toda a
realidade existente. Tudo é filho do tempo e do espaço juntos. A presença é filha
do espaço – tempo atuando de forma conjugados. Duas pessoas jamais terão uma
vivência idêntica de experiência interna do tempo e do espaço, pois a maneira
pela qual alguém vive essa relação de espaço e de tempo é um forte indicador de
como ela se estrutura e, sobretudo, como se projeta para o futuro.
Bibliografia
consultada:
RIBEIRO,
Jorge Ponciano. Vade-mécum de Gestalt-terapia: conceitos básicos. 2ª
edição, São Paulo: Summus, 2006.
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